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Smartphone Android se tornou um sismógrafo global, sistema google salva vidas alertando terremotos

  • Foto do escritor: Luiz Silva
    Luiz Silva
  • 6 de ago.
  • 3 min de leitura

Você já pensou que o seu celular, esse pequeno aparelho que está com você o tempo todo, poderia ser parte de uma rede mundial de detecção de terremotos? É exatamente isso que o Google vem fazendo com o Sistema de Alerta de Terremotos do Android. O que começou como uma ideia ambiciosa agora se tornou uma realidade em 98 países, e os números recentes são impressionantes.


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Acelerômetros: De gadgets a ferramentas de segurança


O coração dessa tecnologia está em um sensor presente em todos os smartphones: o acelerômetro. Esse componente, que geralmente é usado para saber se a tela está na horizontal ou vertical, pode detectar o movimento do solo. Quando um aparelho está parado (como durante a noite, carregando) e seu acelerômetro capta um padrão de movimento que se assemelha a ondas sísmicas, ele envia um sinal para os servidores do Google, junto com sua localização aproximada.


O segredo está na escala. Um único celular não é preciso o suficiente para ser um sismógrafo, mas quando milhares de dispositivos em uma mesma região enviam sinais semelhantes, o sistema pode triangular o epicentro de um tremor, estimar sua magnitude e, em seguida, enviar alertas para os celulares próximos. É como se a rede de sismógrafos do mundo todo tivesse se expandido exponencialmente, com mais de 2 bilhões de dispositivos Android atuando como mini-sensores.



Estatísticas que salvam vidas


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Um estudo recente, publicado na revista Science, detalhou a eficácia desse sistema entre 2021 e 2024. De acordo com os dados, o sistema do Android emitiu, em média, 18 milhões de avisos mensais. No total, mais de 11.000 terremotos foram detectados nesse período, com magnitudes que variaram de 1,9 a impressionantes 7,8.


Para os eventos significativos o suficiente para exigir alertas, mais de 1.200 foram emitidos, totalizando cerca de 790 milhões de alertas enviados a celulares em todo o mundo. A precisão do sistema também melhorou, com o erro médio na estimativa de magnitude caindo de 0,50 para 0,25, o que o torna comparável, e em alguns casos até melhor, do que as redes sísmicas tradicionais.


O feedback dos usuários é o que realmente valida a utilidade do sistema. Dos que receberam o alerta e sentiram o tremor:

  • 36% receberam o aviso antes de sentirem os tremores.

  • 28% receberam o aviso durante o evento.

  • 23% receberam o aviso depois.


A diferença de tempo é crucial. As ondas sísmicas viajam a uma velocidade de 5 a 8 km/s, enquanto os sinais eletrônicos viajam quase instantaneamente. Para quem está a dezenas ou centenas de quilômetros do epicentro, essa pequena janela de tempo pode significar segundos preciosos para se proteger, aplicando o método de "Agachar, Cobrir e Segurar" (Drop, Cover, and Hold On).



Desafios e melhorias contínuas


Embora o sistema seja amplamente eficaz, ele também enfrenta desafios. Por exemplo, grandes terremotos, com magnitudes acima de 7,5, podem ser complexos, dificultando a estimativa precisa e a emissão de alertas a tempo. Um exemplo trágico disso foi o terremoto na Turquia em 2023. O Google admitiu que, devido a limitações em seu algoritmo na época, o sistema subestimou a magnitude do tremor, enviando alertas menos urgentes para muitos dos 10 milhões de pessoas na área afetada. Apenas 469 alertas do tipo "Take Action" (o mais urgente) foram enviados, em vez dos 10 milhões que deveriam ter sido emitidos.


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Aprendendo com o ocorrido, o Google fez grandes atualizações no algoritmo. Em uma simulação do mesmo terremoto, a versão aprimorada do sistema enviou 10 milhões de alertas de ação e 67 milhões de alertas de conscientização para as áreas mais distantes.


Atualmente, o sistema opera em países como Grécia, Turquia, Estados Unidos, Japão e Indonésia. Sua principal vantagem é a capacidade de fornecer um serviço de alerta de terremotos onde a infraestrutura sísmica tradicional é insuficiente ou inexistente, como em muitas regiões em desenvolvimento.


O Sistema de Alerta de Terremotos do Android é um exemplo fascinante de como a tecnologia de consumo pode ser transformada em uma ferramenta de segurança pública em escala global. Ele vem ativado por padrão em todos os dispositivos Android com o Google Play Services, o que significa que se você tem um celular Android, já faz parte dessa rede.


E você, acha que a integração de sistemas de alerta de desastres em dispositivos pessoais é o futuro da segurança?


Fontes:

  • Gizmodo. "Android's Earthquake Alert System Has Become a Surprisingly Effective Worldwide Seismic Monitor." Acessado em [data de acesso].

  • Estudo publicado em [nome da revista ou instituição]. (Se você encontrar o estudo original).

  • Google Research. "Android Earthquake Alerts System: A Look at Our Impact and Progress." (Se você encontrar o link do blog ou página do Google).

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